quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Um veleiro na noite - parte 3

Capitão Almar tentou-lhe explicar toda a história, mas Michael só conseguia pensar nas frases “seqüestrado pelos Tupinambás” e “demônios comedores de gente”. Saiu da grande casa com seu corpo gelado, não sentia o chão. Sua alma parecia estar querendo deixar o mundo, indo de encontro ao seu amor na escuridão da morte.

Mas algo lhe prendia, uma força que não tinha razão o tragava para uma chama tinhosa em suas vísceras. Intuição? Esperança? Michael não podia perder tempo tentando descobrir aquele calor repentino que explodia em seu corpo. Foi até o navio, roubou as economias da tripulação e contratou mercenários para uma missão suicida nas selvas assombradas.

Um dia inteiro de caminhada na mata densa, subindo as montanhas, sendo massacrado pelos insetos e nada de índios. Nem um rastro das bestas da selva. Michael já estava começando a duvidar que existissem. Mas as estranhas criaturas que rastejavam, dançavam e cantavam naquele mundo verde e sombrio lhe garantiam algo de lúdico e real, um elo entre a realidade e a loucura. Aquele mundo dava boas vindas à sua esperança na mesma medida que se apoderava de sua sanidade.

“Estou no paraíso ou inferno? Os serafins cantam tão docemente na copa das árvores... mas meu corpo manchado de pecado em breve irá ceder nessas terras sem alma..”.



(atualização do texto em breve...)

2 comentários:

  1. Opa, muito interessante hein! Estou gostando, houve um crescimento e uma melhra a cada capítulo!

    Parabéns!

    Abs

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  2. A Rapousa me recomendou seu texto e eu vim conferir. Não nego que quando eu percebi que se trata de uma história de marujos, eu fiquei com o pé atrás, porque não curto o gênero, mas ela está sendo tão bem escrita, com detalhes no ponto certo e intensidade, que não tinha como eu não gostar. O texto está ótimo!

    Aguardo mais capítulos. ^ ^

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