quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Carta aos leitores

Uma menina veio até mim. Portava um vestido vermelho com flores amarelas, tinha 5 anos e bochechas rosadas, como uma boneca de porcelana. Puxou duas vezes minha roupa, olhei para baixo. Seus olhos amendoados e sinceros guardavam um segredo. Disse-me que seu cachorro Lilás havia fugido de sua companhia e que não o achava em lugar algum do aeroporto. Estava vazio, com poucas pessoas. Empreitei-me junto à enfante.

Perto da lanchonete acreditamos ter visto um gato de óculos. Fomos ter com ele.

- Boa noite, queridos! Sejam bem-vindos à lanchonete do Gato Saboroso. Gostariam de fazer seus pedidos? - perguntou o gato com ar afável.

- Não, muito obrigado, senhor gato. Estou procurando Lilás, o senhor o viu? - perguntou a menininha.

- Humm. Lilás? Por acaso é de comer?

- Que pergunta esquisita! É claro que não. É meu cachorro, o Lilás. ele tem patas coloridas e orelhas peludas.

O gato soltou um grito estridente.

- Cachorros!? Pra que eu quero cachorros? Fora daqui, menina mal educada. Não vê que aqui é um estabelecimento fino? Não quero fedor de cachorro molhado perto dos meus clientes. Xô, fora!

- Gato mau. Gatinho mau!

E a menina agarrou minha mão e me levou até a portaria. Lá vimos um homem sujo comendo uma cabeça de cachorro. A menina levou as mãos aos olhos, que brotavam lágrimas de uma dor indizível.

- Lilázinho. Meu cãozinho. Por quê, Lilás? - e seu choro se fazia ouvir por todo o aeroporto.

Levei a menina até seus pais e dediquei-me dali em diante a destruir homens sujos comedores de cães. Preparem-se, chineses.


Barak Obama, presidente dos Estados Unidos.

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